segunda-feira, 19 de março de 2012

Ocupe Wall Street - Um Grande Exemplo!

Você já parou pra analisar se tudo que mostram na televisão sobre o movimento Ocupe Wall Street é verdade? Ou se toda a realidade do movimento é levada ao público?

O post abaixo foi extraído do Blog de Raquel Rolnik, que teve uma experiência direta com o movimento e publicou no dia 27 de outubro do ano passado.





Acabo de voltar de Nova York, onde além de apresentar um relatório à Assembleia Geral da ONU, como Relatora para o Direito à Moradia, tive a oportunidade de conhecer de perto o Ocupe Wall Street, um movimento de desobediência civil não violento, que questiona as formas hegemônicas de organização socioeconômica e de ação política nos Estados Unidos e no mundo, e que, há quase dois meses, ocupa a Liberty Plaza, bem em frente à Wall Street.

Liberty (Liberdade) é, na verdade, o antigo nome da Zuccotti Park, que foi retomado para representar o que o movimento pretende naquele lugar: mais do que um simples espaço de protesto, uma espécie de cidade dentro da cidade, estruturada a partir de princípios de solidariedade, respeito mútuo e tolerância, e da democracia direta, sem líderes nem comitê central. Para as milhares de pessoas participantes do movimento, o atual modelo econômico e político que gerou a crise financeira é responsável pelas “flagrantes injustiças perpetradas por 1% da população – elites econômicas e políticas – afetando a vida de todos nós, os 99%”.

Diariamente, entre 7h e 9h da noite, quem passa pela Liberty Plaza pode participar de uma Assembleia Geral em que as decisões sobre as estratégias do movimento são tomadas por consenso. Engana-se quem pensa que se trata apenas de um protesto contra os ganhos absurdos dos banqueiros e a não regulação do sistema financeiro. Embora esta questão esteja presente, os temas, pautas e ações vão mais além. Caminhando pela praça, encontrei os mais diversos grupos, com as mais diversas agendas sociais: coletivos feministas, grupos anarquistas, jovens, idosos, indígenas, brancos, negros, roqueiros tatuados da cabeça aos pés, religiosos, ambientalistas, entre tantos outros grupos, com causas individuais e coletivas das mais variadas.
Em um dos cantos da praça, há uma biblioteca com mais de dois mil volumes; em outro, há uma tenda de auxílio médico, onde médicos e enfermeiras voluntários mantêm um plantão de 24h. No meio da praça fica um microfone permanentemente aberto para quem quiser falar. As tarefas cotidianas são dividas entre os grupos de trabalho. Mais de duas mil refeições são distribuídas diariamente; artistas e designers trabalham na comunicação, grupos saem pelo metrô para convocar assembleias gerais nos subúrbios da cidade. E, em todo canto, há barracas, sacos de dormir e muita, muita gente.

Enraizado na história e nas tradições estadunidenses – sim os Estados Unidos não são apenas fast food, carrões e valentões – o Ocupe Wall Street retoma as lutas dos movimentos pelos direitos civis, do pacifismo e da contracultura dos anos 1970, passando pelas lutas antiglobalização em Seattle, no início dos anos 2000, com uma tremenda capacidade de organização e solidariedade da sociedade civil.

Apesar das tentativas da prefeitura de Nova York de acabar com o movimento e das ameaças da polícia, a ocupação física da praça não parece estar com os dias contados, nem muito menos sua influência, que, via internet, tem se multiplicado em marchas, ocupações-relâmpago e protestos em muitas outras cidades dos Estados Unidos e do mundo, como ocorreu no dia 15 de outubro.


Por Raquel Rolnik


Se pode observar que o movimento Ocupe Wall Street, é composto por diversos grupos com identidades diferentes dentro do convivio social, todos com um objetivo em comum: combater o abuso daqueles que detêm o poder econômico.




Enquanto isso no Brasil


O "Quinto dos Infernos":

Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.

Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".

Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.

O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam

"O Quinto dos Infernos".

E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.


A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".

Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira deverá chegar ao final do ano de 2011 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para quê?

Para sustentar a corrupção? Os mensaleiros? O Senado com sua legião de "Diretores"? A festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 Poderes (Executivo/Legislativo e Judiciário)?!?


Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente...!

Autor identificado como Manifesto à Nação


Edição Akira



2 comentários:

  1. tá na hora da gente fazer a mesma coisa no Brasil, não por maconha, e sim contra a corrupção e essa elevação das corporações para prioridade 1.

    E o senhor, geometria da realidade quem é vc?

    Boa postagem.

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  2. Achei um link de um movimento bacana. Até que enfim um no brasil http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/20714/cupula+dos+povos+quer+se+contrapor+a+rio+20+para+combater+falsas+solucoes.shtml

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